Aluguel Consignado: pode virar lei

O mercado imobiliário brasileiro sofre com a inadimplência: um dos maiores problemas é a falta de pagamento do aluguel ou dos encargos da locação, tais como condomínio, água e luz. Entenda.

Visando facilitar as coisas, tanto para o locador, como até mesmo para o locatário, está nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Administração, Trabalho e Serviço Público da Câmara dos Deputados um projeto de lei do deputado Eliene Lima (PP-MT) que altera as garantias da locação.

De acordo com o PL 7.266/2010, o valor do aluguel seria descontado da folha de pagamento do inquilino. O projeto prevê que o desconto não ultrapasse 25% do salário do locatário.

Se for aprovado, essa passaria a ser mais uma opção de garantia para quem pretende negociar um imóvel. As outras opções são o seguro-fiança, em que uma empresa assume a despesa se o inquilino não cumprir a obrigação, a caução (o locatário deposita três meses do valor do aluguel em uma conta bancária) ou apresenta um fiador.
 

Sem fiador

Se o aluguel for descontado do salário, não haveria mais a necessidade de apresentar um fiador, seguro-fiança, nem depósito. "As cidades estão caras, é preciso apresentar muitas garantias e fica difícil alugar. Se o valor for descontado do holerite, fica mais fácil. É a garantia de que o proprietário vai receber pelo valor do aluguel", diz o deputado.

Advogado especializado em direito imobiliário e presidente da Comissão de Urbanismo da regional São Paulo da OAB, Marcelo Manhães acredita que, para que essa medida seja aprovada, será necessário alterar a Lei de Locação (8.245/91), que prevê apenas três formas de garantia. O aluguel consignado seria a quarta opção.

"A princípio, me parece ótimo para o dono do imóvel porque ele vai receber o dinheiro e a inadimplência será menor. Para o mercado também é bom, porque isso tende a manter altos os índices de cumprimento do contrato, o que evita que os preços subam. E para o inquilino também é bom, pois ele escapa da situação quase vexatória de procurar um fiador", diz.
 

Caminho difícil para a aprovação

O presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, acredita que se o projeto de lei que prevê o aluguel consignado for aprovado, pessoas que pretendem investir em imóveis vão se sentir mais seguras.

Viana prevê até queda nos preços da locação. "Pode mudar o valor porque aumenta as garantias para o dono do imóvel e atrai novos investidores para esse setor. Com mais garantias, podem haver mais imóveis para locação e menor preço", diz.

A opção de desconto em folha de pagamento já é praticada em outros casos, o que afasta o risco de o projeto de lei ser classificado como inconstitucional. "Os bancos fazem empréstimo consignado. Não acho que teria problema", diz o advogado especialista em direito imobiliário Marcelo Manhães. Isso não significa que a aprovação já pode ser considerada certa.

Se passar pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Administração, Trabalho e Serviço Público, o projeto segue para o Senado. Após ser aprovado, volta para a Câmara e, depois, segue para sanção presidencial. O autor do projeto, Eliene Lima (PP-MT), prevê que as comissões da Câmara só vão analisar o projeto depois das eleições.
 

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